Galera de Goiânia depois do show!
Entrevista - Paul Speckmann, vocalista/baixista do Master – Data: 13/02
por Guilherme Gonçalves
fotos: Paula Parreira/Beerblog
Paul Speckmann nasceu do dia 28 de janeiro de 1963 e é uma verdadeira lenda do underground mundial. . Aos quarenta e seis anos, pode se gabar de ter, ao menos, vinte e sete deles dedicados ao Heavy Metal. Seja tocando em diversas bandas e projetos paralelos ou até excursionando como roadie e organizando shows, Paul é um amante confesso da música extrema e não titubeou em conversar conosco sobre diversos assuntos, dentre eles: a Masters of Hate Tour 2010, a trajetória do Master, seu envolvimento com a cena e várias curiosidades que cercam sua história. Confira:
1- O.k. Paul, vamos começar falando um pouco sobre a Masters of Hate Tour 2010. Trata-se de uma turnê um tanto quanto extensa. Foram agendadas aproximadamente vinte e duas datas e com alguns cancelamentos e novos shows marcados temos algo em torno de vinte cidades recebendo o Master, incluindo algumas cidades do interior, certo? O que você pode nos falar sobre como vem sendo essa grande turnê logo na primeira vez em que o Master toca no Brasil?
Paul Speckmann: Nós estamos tendo vários bons momentos. São diversos shows, diversas pessoas interessantes que estamos conhecendo. Na verdade, o que acontece também é que vários shows são em cidades bem distantes umas das outras. Estamos viajando, em média, cerca de doze horas para alguns shows. Então chegamos para tocar e fazemos valer a pena. O público tem sido bom, as pessoas que conhecemos também. O surpreendente é que várias trazem discos antigos e outros itens do Master pra autografarmos. Coisas de 1990, 1991. Isso me deixa feliz. Há muitas pessoas legais no Brasil.
2- Durante o primeiro mês da turnê vocês passaram por uma situação chata, o falecimento de dois membros do After Death: o guitarrista Leon Villalba e o baixista Timothy Kennely. O que os levou a continuar com os shows? O respeito ao público... a vontade de seguir tocando...
Paul: Certamente. E você sabe, o show tem que continuar. Em algumas noite dedicamos os shows aos dois. Eram jovens excelentes e músicos muito competentes. Tivemos vários bons momentos com eles nas primeiras semanas de turnê. Foi uma tragédia. O que posso falar é que estamos tentando ajudar as famílias e que, com certeza, farão falta no restante da turnê. Tivemos bons momentos.
por Guilherme Gonçalves
fotos: Paula Parreira/Beerblog
Paul Speckmann nasceu do dia 28 de janeiro de 1963 e é uma verdadeira lenda do underground mundial. . Aos quarenta e seis anos, pode se gabar de ter, ao menos, vinte e sete deles dedicados ao Heavy Metal. Seja tocando em diversas bandas e projetos paralelos ou até excursionando como roadie e organizando shows, Paul é um amante confesso da música extrema e não titubeou em conversar conosco sobre diversos assuntos, dentre eles: a Masters of Hate Tour 2010, a trajetória do Master, seu envolvimento com a cena e várias curiosidades que cercam sua história. Confira:
1- O.k. Paul, vamos começar falando um pouco sobre a Masters of Hate Tour 2010. Trata-se de uma turnê um tanto quanto extensa. Foram agendadas aproximadamente vinte e duas datas e com alguns cancelamentos e novos shows marcados temos algo em torno de vinte cidades recebendo o Master, incluindo algumas cidades do interior, certo? O que você pode nos falar sobre como vem sendo essa grande turnê logo na primeira vez em que o Master toca no Brasil?
Paul Speckmann: Nós estamos tendo vários bons momentos. São diversos shows, diversas pessoas interessantes que estamos conhecendo. Na verdade, o que acontece também é que vários shows são em cidades bem distantes umas das outras. Estamos viajando, em média, cerca de doze horas para alguns shows. Então chegamos para tocar e fazemos valer a pena. O público tem sido bom, as pessoas que conhecemos também. O surpreendente é que várias trazem discos antigos e outros itens do Master pra autografarmos. Coisas de 1990, 1991. Isso me deixa feliz. Há muitas pessoas legais no Brasil.
2- Durante o primeiro mês da turnê vocês passaram por uma situação chata, o falecimento de dois membros do After Death: o guitarrista Leon Villalba e o baixista Timothy Kennely. O que os levou a continuar com os shows? O respeito ao público... a vontade de seguir tocando...
Paul: Certamente. E você sabe, o show tem que continuar. Em algumas noite dedicamos os shows aos dois. Eram jovens excelentes e músicos muito competentes. Tivemos vários bons momentos com eles nas primeiras semanas de turnê. Foi uma tragédia. O que posso falar é que estamos tentando ajudar as famílias e que, com certeza, farão falta no restante da turnê. Tivemos bons momentos.
3- Paul, falemos agora um pouco sobre o início do Master. Vocês começaram em 1983, mas os primeiros discos oficiais – Master e On The Seventh Day God Created... Master - vieram apenas em 1990 e 1991. Qual o motivo para essa demora em gravar?
Paul: Porque nosso baterista era um desgraçado!(risos) Então decidi sair e formar uma nova banda chamada Funeral Bitch, depois outra banda, chamada Abomination. Na verdade, o primeiro contrato com uma gravadora para gravarmos foi com o
Abomination. Só depois me perguntaram sobre o Master e eu decidi gravar com as duas bandas e lançar o split Master/Abomination. Eu fiquei tocando com as duas bandas pelos Estados Unidos e ainda tinha um emprego fixo. Não tinha descanso, trabalhava o tempo inteiro!(risos)
4- Existe um boato de no início da banda você testou mais de vinte e seis guitarristas diferentes. É verdade?
Paul: Sim, é verdade. Ninguém em Chicago encaixava. Ou eles não tinham a cara da banda ou não conseguiam tocar as músicas. E o Master sempre teve uma postura, uma atitude, um certo sentimento e se você não se encaixa em todos esses quesitos, nós não estamos interessados. Levamos um bom tempo até encontrar o cara certo.
5- E o que você procurava? Como deveria ser o cara certo?
Paul: Cabeludo, excêntrico e que tocasse muito bem! (risos)
6- E como você classifica o Death Metal praticado pelo Master? Trata-se de algo entre Motörhead, Venom e Slayer? Quais são suas outras influências?
Paul: GBH, Minor Threat, The Exploited, Discharge. Pra mim, o Master tem ainda mais de Punk Rock do que dessas bandas. É claro que amo Motörhead, Slayer... os três primeiros álbuns do Metallica. Mas a banda é muito mais influenciada pelo Punk Rock.
7- Depois de todos esses anos, o que te faz continuar tocando Metal, seja como baixista, como vocalista do Master?
Paul: Eu só amo subir no palco. Eu vivo no palco. Adoro e transformo isso em um modo de vida. Não me faz ficar rico, mas me faz viver da minha música. Quando não estou em turnê com o Master, saiu em turnê com outras bandas vendendo merchandise, trabalhando como roadie... Bandas como Vital Remais, Dissection, Benediction. Várias bandas. Estou na cena até hoje porque amo o Metal, cara. É meu modo de vida. Há vinte cinco anos, decidi que seria Metal pra sempre. E é o que estou fazendo. É o que faço até hoje e estou agora no Brasil por isso.
8- Paul, onde você mora hoje em dia?
Paul: Na República Tcheca. Numa pequena cidade. É maravilhoso.
9– Você ainda toca no Krabathor?
Paul: Toquei no Krabathor durante quatro anos, gravamos dois álbuns. Mas o guitarrista mudou para os Estados Unidos há alguns anos e não tocamos mais. A banda está parada.
10- No show de hoje vocês não tocarão músicas do novo álbum, The Human Machine, certo?
Paul: Não, ainda não tivemos tempo para ensaiar as novas músicas. Gravamos o álbum há cinco semanas, a uma semana do início da turnê. O baterista que veio para estrada, inclusive, é outro.
11- Haverá músicas de quais discos? E qual é o seu favorito?
Paul: Haverá música de quase todos. Do Slaves to Society e também dos antigos. Qual é o meu favorito? É difícil dizer, porque todos eles têm pontos positivos e negativos. Em alguns tínhamos mais dinheiro disponível, em outros mais tempo para gravar. Mas acredito que todos são nossas obras de arte. Gosto do On The Seventh Day God Created... Master. Collection of Souls também é um bom disco. Tentamos colocar sempre as melhores músicas. Algumas soam boas, outras não. E é pelo que disse. Às vezes temos mais tempo, às vezes temos mais dinheiro, um melhor produtor... Mas todos os discos são pedaços da minha história e partes da minha vida. Quando os ouço e leio as letras vejo que todos estão conectados com a forma que era minha vida ou como estava o mundo naquele momento. Então as boas e as más lembranças estão em todos eles.
12- Pra finalizar Paul, você consegue apontar algum motivo para o fato de o Master não ter se tornado uma banda tão reconhecida e estar ao lado de nomes como Obituary, Morbid Angel, Possessed, inclusive na cena Death Metal?
Paul: Sim. Porque nós não lançamos um álbum em 1984, como deveríamos ter feito. Se tivéssemos feito isso, talvez seríamos uma das maiores bandas do Metal hoje em dia. Mas não lançamos.
13- Justamente. Penso que os três primeiros discos do Master não ficam atrás de petardos como Slowly We Rot, Cause Of Death, Altars of Madness, etc...
Paul: Eu sei disso. Nós nunca tivemos a divulgação que eles tiveram. Foi muito difícil pra eu manter a banda unida e ativa. Estavam todos preocupados com drogas e em ganhar dinheiro.
14: Nos anos 90, a cena se tornou mais difícil?
Paul: Sim... ficou mais difícil, é verdade. Se tivéssemos tido a divulgação que essas bandas tiveram, talvez as coisas teriam se encaixado melhor. Mas isso não aconteceu e mudávamos de formação quase todo ano naquela época porque vários estavam preocupados apenas em ganhar dinheiro. E nessa música que tocamos, você não fica rico. Ao menos que você seja o Cannibal Corpse, por exemplo! (risos)
Baixe:
MASTER- MASTER
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