quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Corja- Al Qaeda´s Greatest Hits






O que leva uma banda a lançar um álbum nos dias de hoje, quando os formatos digitais vêm tomando conta do mundo da música?

A resposta é simples. Mesmo com todas as controvérsias sobre o assunto, um álbum dá tangibilidade à obra, pois você pode pegar, olhar o encarte e entender o que a banda pensa e tem a dizer.
Quem se preocupa com letras e desenhos se uma banda pode ter um site legal e um fotolog cheinho de fotos? Por que se preocupar em escrever letras e pensar por si, quando há um milhão de saites com um milhão de informações, todas bem mastigadas e ao deleite de cada gosto individual.
Gosto individual? Isso existe? Bem, pode parecer coisa do século passado, assim como o disco, o encarte e as bandas com letras engajadas. Será que ainda é importante que se fale sobre os problemas cotidianos e transmitir uma mensagem através da música, onde as pessoas mais jovens possam entender e julgar por si próprias as injustiças do mundo? Elas certamente não aprenderão sobre elas na escola, na TV ou nos jornais. Existe muita informação, porém, pouco interesse na análise crítica da mesma. O Corja vem representar a velha tradição, hoje arcaica e quase esquecida, de bandas politizadas e com mensagens subversivas, que na maioria das vezes resiste nos toscos meios do underground, e sofre influência latente de estilos deixados de lado pelas grandes corporações de mídia de massa, tais como o punk, hardcore e o metal extremo, trazendo consigo velhas idéias, de livros que já não são mais tão lidos, procurando trazer informações com um único objetivo: transmitir ideais revolucionários pela música.


Com letras sarcásticas, que questionam atitudes cotidianas e comportamentos individuais (Atos de Vandalismo Pela Cidade, Lésbica Riot Grrrl, Fogo Na Patricinha, Carniça de Urubu), incitam a revolta popular contra as injustiças do sistema capitalista (Revolta!, Melhor pra Você, Molotov em Sua Mansão, Mas é Claro Que o Sol Vai Voltar...), além de críticas aos poderosos de todas as nações (Haverá Paz Pagano Pau, Allende Mandar), sem esquecer do poema do ilustre Mário de Andrade de 1922, Ode ao Burguês. O título do álbum já revela o propósito questionador da banda, que não mais acredita num futuro justo e pacífico para a humanidade, e sim que esta caminha a passos largos para a auto-destruição, que o tempo é algo precioso.
Até mesmo para mudar o que talvez não tenha mais volta, enquanto o homem ocidental molda seu modelo em uma nova forma de ditadura, oferecida pelas multinacionais, marqueteiros e grandes banqueiros, alguém precisa gritar por mudança, mesmo que essa resistência seja em vão...


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