sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

1 de janeiro de 2010. O Início.

1º de janeiro de 2010.

  Virada do ano, confraternização universal. Ao redor do mundo pessoas comemoram a passagem de mais um ano seguindo uma tradição milenar. O mundo parece estar tomado por um sentimento de união e renovação. As pessoas expressam seus sentimentos de paz, amor e esperança.... parece que o mundo inteiro se torna um só e esquece por uma noite do caos que atormenta a vida de cada ser humano. Todos esquecem que todos tem problemas, os mais variados tipos deles. Angústias, misérias, tormentos... É noite de festa...É noite de celebração.

  Fogos de artifício, música,gritos,euforia e dança. Por uma noite toda a humanidade esquece da escravidão a que é submetida e dá voz a seus instintos mais primais, naturais; estes que foram ceifados pela dura rotina do trabalho, pela dura existência marcada para e pelo consumo. E como se consome na virada do ano.... E o quanto se consome nos outros dias do ano? E o quanto se é consumido? Já parou pra pensar em alguma utilidade para qualquer coisa a não ser para o consumo? E o que se tem a dizer sobre isso?

   Tudo seria lindo se a vida fosse uma eterna noite de virada do ano, porém o lindo logo se transformaria em tedioso e então poderáimos entender a necessidade temos de que sempre haja a existência de conflitos. São os conflitos que movem a humanidade. É através do conflito que a mente humana se vê pressionada a criar; pois esta se vê encurralada e ao procurar uma saída para uma possível solução, e, ao procurar esta solução para seus conflitos; sejam eles internos, externos; pacíficos ou violentos, é que a humanidade pode demonstrar todo o brilho que a diferencia dos outros animais.

    O dia a dia nos cerca de conflitos, mas o que geralmente se faz a respeito destes conflitos? Pessoas se trancam em algum lugar seguro à procura de fuga, de estabilidade, de conforto.  A modernidade nos fez fracos demais para podermos encarar e enfrentar esses conflitos; e assim nos tornamos fracos, conformados,apagados e vítimas da própria busca pela fuga, pela estabilidade e pelo conforto. Então o homem lentamente vai se esquecendo de sua humanidade para se tornar um animal enjaulado, enclausurado; porém feliz e com todas suas necessidades satisfeitas, necessidades que vem a ser trabalhar para consumir e consumir para trabalhar, este homem se diz realizado. E esse é o caminho mais fácil para a felicidade: trocar sua liberdade de pensar e agir por si mesmo e dar vazão a tudo aquilo que faz o homem ser um ser dotado de racionalidade por conforto, novela, televisão, missa e praia.

    Porém, e felizmente, alguns de nós e alguma forma ou de outra acreditam que a vida é bem mais que a troca de liberdade por conforto. Alguns preferem ser livres vivendo no desconforto. Alguns preferem encarar o conflito, e, mesmo sabendo que este é maior e mais forte do que sua própria ação individual, opta por jogar pro alto a fórmula da felicidade fácil e ilusória, opta por questionar, opta por tentar mudar, opta por tentar alertar e acordar as outras pessoas de que a vida que elas levam pode ser ótima, mas carece de emoção, carece de um sentindo maior. Surge um ímpeto em resistir,  um ímpeto de criar, um ímpeto de retratar a realidade que se vive, e a isso denominamos arte.

   Não tem nada a ver com fama, sucesso, respeito nem nada relacionado com o consumo imediato. A arte é a expressão de sentimentos e impressões, é algo muito mais sublime e único do que o simples ato de consumir e logo depois jogar fora. A arte foi feita para durar, para ir além de seu tempo e mostrar para os homens que virão  o que se sentia e se pensava naquele específico momento e que agora não pertence mais a quem criou e sim ao mundo, a humanidade em geral. A arte foi feita para que a humanidade possa se expressar seja com alegria, seja de algo que choque ou incomode. O que interessa pra arte é a expressão de algum sentimento de alguma forma com ou sem algum sentido. 

    Porém, a arte com o passar do tempo se tornou tão cômoda e segura quanto os seres humanos,que a criaram e, os mesmos que trocaram sua liberdade pela segurança. A arte então se tornou um simples objeto de consumo. E o artista ao invés de buscar se expressar, busca prazeres que possam ser consumidos. É aí que entra a indústria da arte. É ai que a arte se torna pura e simplesmente comércio. E passa a ser comprada e vendida, e passa a ser do público consumidor e não mais do artista. O artista tem que agradar o consumidor e ao invés de buscar se superar em sua própria arte, este busca a satisfação de outras pessoas, que o farão satisfeito também pois lhe darão fama, sucesso e respeito.

  Mas, aqueles seres humanos que procuram algo além de consumir e ser consumido, insistem em dizer não a isso tudo e fazer diferente, e buscar um sentido diferente pras coisas e a arte nao é comprada nem vendida. Ela é compartilhada. Dada de graça ao mundo sem pedir nada em troca a não ser que se produza mais arte, que se livre das amarras impostas pelo consumo e pelo conforto e se busque algo além disso tudo. 

   Logo, quem conseguiu chegar até aqui entendeu que a função de um blog é compartilhar essa arte, é entender que o ser humano precisa se expressar e que essa expressão não é dele somente, pertence a toda humanidade, pois na expressão de cada um se forma o todo. Milhares de blogs existem por ai que compartilham música, é só entrar, baixar e pronto. Fácil.

   Quando a gente pensou em fazer esse blog, não pensamos somente em música pra baixar e ser rapidamente consumida e apagada. Pensamos primeiro em um lugar para que a expressao artística das bandas do selo pudesse ser eternizada. Ou seja, daqui anos alguém pode entrar aqui, ler esse texto e ouvir essas músicas. Talvez nem eu nem as pessoas que as fizeram estejam vivas. Então nossa expressão em um determinado momento e lugar está a disponibilidade para que todos possam compartilhar de nossos sentimentos de alegria, dúvida, certeza, revolta, amor,ódio.... E assim podermos perpetuar nossa existência através daquilo que fizemos enquanto estivemos vivos.

    Depois disso, pensamos em nos expressar. Dar vazão a nossos sentimentos das mais variadas formas, seja música, seja texto, seja poesia, seja animação, quadrinho,charge, filme.... Um local para que as pessoas possam se expressar sem medo, sem opressão sobre aqueles conflitos que as incomodam. E por último pensamos em interagir com o meio em que vivemos e que este possa se tornar um canal de expressão desta interação.

    Então esse não é somente um blog de um selo de música independente, não é um adicional para a divulgação do selo, para que possa vender mais discos. Não, esse blog é muito mais que isso. Aqui você poderá ler textos sobre a cena independente e a cena underground, entrevistas com personalidades importantes para a formação destas cenas, baixar discos das bandas lançadas pela TBonTB e que não estão mais em catálogo. Pode saber mais sobre essas bandas, sobre o que cada uma delas pensa e como cada uma delas age. Vai poder conhecer bandas antigas que foram fadadas ao esquecimento e bandas novas que acabam de surgir. 

    E, o mais importante: VOCÊ poderá agir e interagir e fazer parte dessa história, enviando textos, comentários, a música da sua banda. Pode enviar tudo pra gente que a gente publica aqui, sem medo, sem favoritismo, sem censura ( nazi punks fuck off! E que fique bem avisado!)  Nosso e-mail é tbontbrec@gmail.com, se tiver algo interessante a dizer por favor, tenha toda a liberdade de se expressar! Pode vir sem medo, o espaçao também é de você que aguentou esse texto chato até aqui. Então por favor PONHA A MÃO NA MASSA E FAÇA A DIFERENÇA!!!!




A todos vocês, lutadores pela liberdade.....


SEJAM BEM VINDOS AO BEERBLOG!

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