sexta-feira, 23 de abril de 2010

Entrevista com Fat Mike (NOFX) sobre o show do Cokie the Clown


Fat Mike é uma das figuras mais respeitadas do punk rock mundial. Além de um humorista nato sob suspeita, Mike é famoso por sua peculiar mistura de humor ácido e política esquerdista e sua banda, o NOFX é famosa também pelo bom humor que sempre leva à seus shows. Porém, no festival South By Southwest desse ano, ele fez uma apresentação solo marcada exatamente pelo oposto. Com seu alter-ego Cokie the Clown, um palhaço deprimido, Mike pegou um violão e fez um set acústico e ainda por cima fez o público beber sua própria urina misturada com tequila, fato que foi parar até em programas de fofoca dos EUA. O que temos aqui é a entrevista dada após esse triste concerto.


Quase um mês depois a Alternative Press conseguiu uma entrevista com Fat Mike a respeito do show, e você vê a tradução na íntegra roubada do blog Tenho Mais Discos Que Amigos!

A entrevista original, em Inglês, está aqui.

Aproveite:

“Cokie The Clown” foi originalmente um B-side do último álbum do NOFX, Coaster. Quando você soube que daria vida ao personagem?
Todo mundo conhece o engraçado, bêbado Fat Mike. Cokie é o oposto: triste e meio sóbrio. Cokie The Clown é problemático. Cokie é… “Nem tudo irá dar certo”. Cokie é Lady Macbeth. Depois que Cokie se envolve em gulpa e vergonha, ele faz malabarismo com frutas… Quando ele ganhou vida? Quando eu estava segurando gentilmente o travesseiro sobre a cara dela.

Quando o show do Cokie foi anunciado no festival South By Southwest desse ano, houve muita especulação sobre como exatamente seria sua performance. Quão cedo no processo você soube o que faria?
Ao contrário do NOFX, que não têm ideia do quer fará todas as noites, o show do Cokie foi detalhadamente orquestrado. Eu bolei e ensaiei exatamente a mesma performance mais ou menos uma semana antes do show. Ver a reação de todo mundo ao show foi a melhor parte. Metade das pessoas achou que eu havia perdido minha cabeça. Meu plano funcionou perfeitamente. Muah-hahaha!

Você ensaiou na frente dos funcionários da Fat Wreck uma semana antes. Algum deles tentou fazer com que você desistisse de alguma parte do show?
Não, mas a maioria deles estava espantada. Eles me disseram que depois que eu saí, eles ficaram conversando a respeito durante horas e debatendo se minhas histórias foram muito pesadas. A história de “presenciar um estupro” foi a que mais chocou o pessoal. É a que mais teve discussão online. O maluco disso tudo é como as pessoas ficaram bravas. Todo mundo me chamou de idiota porque eu não fiz nada pra evitar o estupro. No começo dos anos 80, a cena punk de Los Angeles era a mais violenta do mundo. Espancamentos e facadas e estupros aconteciam toda hora. Não era certo. Não era divertido. Não era legal, mas era nossa realidade. Muita merda aconteceu… Nem sempre você pode fazer a coisa certa em uma zona de guerra. Eu sinto culpa? Sim. Eu me arrependo de minhas ações? Nem um pouco.

O show foi descrito por muitos como ao estilo “Andy Kaufman”. Isso foi uma comparação que você estava procurando?
Na verdade, realmente foi ao estilo “Andy Kaufman”. A diferença é que ele chorava no palco. Eu fiz outros chorarem… e beberem meu mijo.

Um debate gigantesco apareceu online desde sua performance, pra saber a autenticidade das suas histórias, pois muitos o acusaram de inventá-las ou aumentá-las. Você estava falando a verdade o tempo todo?
Eu não apareci lá pra entreter o público. Eu queria fazer algo que as pessoas nunca tinham visto antes. Eu queria fazer exatamente o oposto do que as pessoas esperavam. Eu queria tocar as pessoas e desapontá-las. Eu queria ser brutalmente honesto e sincero. Ouça as histórias e me diga que eu não estava falando a verdade.

Os assuntos da sua apresentação variaram desde sufocar sua mãe em seu leito de morte até não ajudar um companheiro de quarto suicida. Obviamente o conteúdo dessas histórias foi intensamente pessoal e às vezes complicados de serem ouvidos–o que te convenceu a compartilhar esse seu lado?
Eu só queria fazer algo diferente. Depois que eu confirmei o show, eu não fazia ideia do que faria. Só tocar violão? Muitas pessoas já fazem isso. Então eu abri o baú e compartilhar algumas das mais terríveis e pessoais experiências da minha vida.

Houve alguma história que você pensou em contar mas desistiu porque elas eram gráficas demais?
Sim, houve algumas. Tem a história do ácido na Carolina do Sul, a história do skinhead em Minnesota, e a do clube de Sadomasoquismo em Fukuoka, Japão, onde todos nós juramos segredo.

Alguns membros da audiência levaram pro lado pessoal e o atrapalharam durante suas histórias, eventualmente fazendo com que você voltasse atrás. Por que você acha que eles responderam dessa maneira à sua performance?
Porque eles se sentiram super desconfortáveis e esquisitos e não podiam lidar com os assuntos falados. Parecia que a maioria do público só ficou lá parada, embasbacada. Foi ótimo vê-los do palco… Eu acho que eles estavam esperando bons tempos em um show tipo do NOFX e ao invés disso eles ganharam um “extintor de empolgação”.

Lá pelo final da sua performance, você mencionou que queria acabar seu set com uma “nota bacana”, antes de um membro da audiência te interromper pedindo que você fizesse um drink chamado White Russian pra ele, o que fez com que você contasse uma história diferente. Qual era a história que você contaria originalmente?
Eu realmente queria acabar com uma nota bacana. Tomar leite de uma vaca é muito mais nojento que tomar leite de uma mãe humana… e eu tenho uma queda por vodka. Eu bebi um White Russian ( nota do brógui: White Russian é uma bebida que mistura vodka com leite e foi celebrizada no filme dos irmãos Cohen, o Grande Lebowski, de 1998. Assistam o filme!!!) completo com leite tirado dos seios de uma mulher e contei toda a história graficamente. Como isso pode não ser terminar com uma nota bacana? Meu único arrependimento é que não havia gelo [no drink].

Nos dias imediatamente após a performance, videos do seu show foram apagados do YouTube assim que eram postados. Levando em consideração que essa era uma performance outdoor, aberta ao público e não um evento privado ou apenas para convidados, porque a vontade de escondê-lo?
Esse foi um show pessoal entre o público e eu. Eu não quero minhas histórias íntimas e músicas simbolizadsa pela gravação do celular ruim de algum moleque. Nem tudo deveria ser acessível.

Obviamente, o maior blá-blá-blá sobre sua performance foi o truque de mijar na Tequila que você passou pra cima de alguns membros da audiência que nem suspeitavam. O que provavelmente parecia uma brincadeira de mal gosto acabou fazendo com que você fosse parar no site de fofocas TMZ.com e aparentemente fez com que você fosse banido da casa de shows Emo’s Annex, onde o evento aconteceu. Conta pra gente, a urina era real?
Sim, a urina era real.

Foi dito que essa foi uma performance de uma vez só, mas considerando a quantidade de mídia que você recebeu depois do fato, seria fácil reconsiderar. A pergunta de um milhão de dólares é: O Cokie The Clown vai voltar aos palcos algum dia?
Não é uma questão de um milhão de dólares. Eu não sou ganancioso. Eu definitivamente consideraria prostituir o Cokie por cinco dígitos, eu não preciso de sete. Mas há um problema: o elemento surpresa já se foi. Agora todos sabem o que esperar. O Cokie pode ter que se aposentar em seu auge.

Show do Cokie the Clown

Tracklist:

1- The Decline (final)

2- My Orphan Year

3- Piss

4- The Man i Killed

5- Cokie the Clown

6- La Pietá

7- Dig

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Video do show:




Cokie The Clown EP (2009)

tracklist

1- Cokie The Clown
2- Stright Outta Massachussets
3- Fermented and Flailing
4- Codenpendence Day
5- My Orphan Year (acoustic)



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segunda-feira, 12 de abril de 2010



R.I.P Malcolm McLaren

Dia 8 de abril morre um ícone que nem todos conhecem,mas a sua marca ficou gravada na cabeça de muita gente,é muitos ainda vão ficar.

Malcolm McLaren nasceu 22 de janeiro de 1946,criado no subúrbio pós-segunda guerra em Londres.

Malcolm na sua adolescência começou a ter problemas com seu padrasto e resolveu sair de casa.

Com uma vida turbulenta, sem apoio dos pais e sozinho, Malcolm começou a desenhar e produzir roupas, e acabou montando uma boutique com sua parceira da época a designer Vivienne Westwood, mas que acabou desistindo de sua loja por problemas com freqüentadores dela ,mas continuou desenhando roupas para produções teatrais e cinematográficas.

Em 1972 em uma convenção de boutiques ele conheceu o NEW YORK DOLLS e 3 anos depois acabou desenhando o figurino deles,com símbolos soviéticos tentando os promover,mas acabou não dando tão certo.

Em 1975 logo após a tentativa frustrada de promover o NEW YORK DOLLS com um figurinos loucos e estranhos,no mesmo ano McLaren começou a gerenciar o THE STRAND,que pouco tempo depois veio a tona como SEX PISTOLS.

Seu ajudante Bernie Rhodes,encontrou Johnny Rotten,um jovem com roupas rasgadas e cabelos verdes.Com toda aquela novidade McLaren se impressionou com a aparência e atitude daquele rapaz,e o convidou pra uma audição como novo vocalista.Rotten aceitou a proposta e se juntou a banda que foi renomeada com THE SEX PISTOLS,e Bernie Rhodes tempos depois virou empresário do The Clash.

Em 1977 foi lançado o primeiro disco ‘’GOD SAVE THE QUEEN’’ ,durante uma das semanas mais importantes do ano o Jubileu de prata da rainha Elizabeth II .

A banda lançou pouco tempo depois o famoso álbum ‘’NEVER MIND THE BOLLOCKS e o HERE’S THE SEX PISTOLS’’ em em 1977 e realizou seu último show no Reino Unido para começar uma turnê pela América no começo de 1978.

Na turnê a banda se separou depois de vários problemas internos.Logo após isso,McLaren foi acusado pelos membros da banda,por má administração e de não repassar o dinheiro para a banda.

McLaren disse que havia planejado toda trajetória do SEX PISTOLS mas não conseguiu concretizá-la .

Com peleja McLaren manteve os direitos dos SEX PISTOLS,só que McLaren não contava com a astucia de Jonhn Lydon recorreu para conquistar os direitos e toda remuneração que não foi paga por McLaren durante a trajetória da banda.

McLaren em 83 resolveu lançar o ‘’DUCK ROCK’’,um álbum um estilo que misturava batucadas africanas e Americanas com um hip hop.

O álbum teve uma aceitação boa pelo público,algumas musicas entraram para o top dez no Reino Unido, (‘’Double Dutch e Buffalo Gals’’).

Depois do alvoroço com ‘’DUCK ROCK’’ ele começou a trabalhar com música eletrônica e ópera,em 1984 ‘’Madame Butterfly’’,alcançou ótimas posições,depois disso o produtor do single,Stephen Hague,ficou muito conhecido pelo trabalho com McLaren,e começou a ser bastante procurado pelo público techno pop da época.

A carreira solo de McLaren.,principalmente o ‘’Duck Rock’’ foi regravado por outros artistas,e várias bandas se deram bem se influenciando por McLaren,Eminem,Mariah Carey e várias outras,influenciados pelas misturas de gêneros que Mclaren fazia.

McLaren que não conseguia ficar quieto em 2006 ajudou Paul Gorman na publicação do livro ‘’The look: adventures in Rock & Pop Fashion.

No ano de 2000 haviam especulações de que McLaren poderia ser eleito prefeito de Londres,embora em uma pesquisa ele não tenha conseguidos votos suficientes.

Novamente em 2000 sem conseguir ficar quieto,McLaren foi um dos produtores para adaptação cinematográfica de ‘’Fast Food Nation’’,que estreou em 2006 no festivel de Cannes.

Mas a morte chega pra todos né,e McLaren morreu quinta-feira 8 de abril de 2010,de mesotelioma uma forma muito rara de câncer,em Nova York,mas seu corpo foi transportado para Inglaterra,onde esta sua família,éeee ADIOS McLaren... R.I.P

O cara era um grande picareta,mas era o nosso picareta !


Lanna Carolina