sábado, 26 de junho de 2010

C(h)oice - Horário Nobre

Choice - Demo (1999)

















Eis que liberamos a demo do finado C(h)oice!!!!

Pra galera mais nova que começou a colar na cena de uns 3 anos pra cá isso é apenas mais um trabalho de arqueologia, porém pra quem viveu a chamada "Geração Cantoria" as lágrimas vão correr soltas.... Voltemos então a 1999, talvez o ano decisivo da cena rock em Goiânia. Foi nesse ano que as coisas tomaram o rumo que levou a cena a perpetuar por uma década toda. Foi em 1999 que se fincou a pedra fundamental da cena Goiana e em meio a Pau no cus e panelas duas formas de se pensar e agir tomaram força a partir daquele ano e nada mais foi o mesmo por aqui.

É desnecessário contar mais uma vez a história que todo mundo já sabe. Portannto vamos nos focar na parte que ficou apenas na memória dos que viveram. Em janeiro de 1999 os distintos e mui respeitosos professores Luiz Eduardo e Luiz Gustavo, juntamente com o sr. Janderjans e um cidadão que atendia pela alcunha de Didi, membros da banda Impeto organizaram no Cantoria uma série de shows ao longo desse ano que foram eternizados pelo nome de "Domingão da Brodage", festival esse que abriu as portas para uma série de bandas que renovaram o cenário local, surgindo assim toda uma nova geração de bandas. Algumas delas em atividade até hoje! Nomes novos e díspares como Self, Corja,Elet,Impeto,Against,Senores,Ps&co. Ataq, Cancerígena,Osni,Kundaline e Choice juntamente com velhos de guerra como Murder,Desastre e Neurose Urbana formaram a cena hardcore de Goiânia como se conhece nos dias de hoje. Apesar da gritante diferença dos dias de hoje, pois tínhamos uma cena muito mais engajada e política do que atualmente; zines apareciam aos montes, o espaço entre as bandas era usado pelas pessoas que queriam expressar sua opiniao e pensamento sobre as coisas mundanas que realmente incomodavam. Éramos uma juventude com voz e a letra do Choice diz tudo: "Sigo meu caminho, minha própria opinião. Sem se importar com os outros, sem violação!"

Estando situados no contexto histórico, passemos ao C(h)oice. A banda foi formada em 1999 por Guilherme Tell (guitarra), Rodrigo "China" Kenji (vocal), Magrão (baixo) e Mucão (bateria) e logo já conseguiu a apreciação de toda a cena. Esta demo é o único registro oficial da banda e foi lançada por essa formação nesse mesmo ano. Durante todo o resto da existência da banda, os planos de grava as novas músicas sempre estiveram na cabeça dos integrantes, porém, infelizmente tudo que deixaram foi um videoclipe (da música Horario Nobre) em 2001,e uma música gravada "Gosto = Cu" em 2006. De 99 até 2007 a banda mudou de som e de formação e com essa mudança se estabeleceu como uma das mais pesadas e criativas bandas que já existiram em nossa cena. Com a entrada de Marconi (ex Loki) na segunda guitarra e Marcão Vovó no baixo (que depois iria tocar no Against), o antigo baixista Magrão saiu e anos depois se juntou ao Ressonância Mórfica, além de ter montado o estúdio OZZ.


O hardcore cru dessa primeira demo foi aos poucos se tranformando em um crossover espantoso na qualidade das composições e letras. Elementos de thrash metal e pos-hardcore somaram à agressividade da banda e ai fudeu.... melhor banda do estilo em Goiânia! Porém o C(h)oice, que nessa época acrescentou o parênteses no nome da banda, não era uma banda muito requisitada fora dos parâmetros da Two Beers, muito em parte pela lenda dos caras terem recusado um convite da Monstro pra tocar no Goiânia Noise e de problemas pessoais de um dos donos da produtora com um dos membros da banda. Mas ainda assim fez vários shows lendários em festivais como Miscelânea e Brutal Fest, além de tocar bastante no finado Maqna Rock. A banda atravessou quase uma década sendo uma grande referência, até seu último show no aniversário da Hocus Pocus de 2007. A foto postada aqui é da última formação da banda: Guilherme,Marconi,China,Mucão e John (ex Murder e atual Dom Casamata). Até hoje muita gente espera o retorno da banda, inclusive alguns de seus integrantes sempre falam sobre essa possibilidade. Porém só o tempo dirá....

Então vai ai um verdadeiro clássico de oito canções de hardcore sujo no melhor estilo Cantoria!

TRACKLIST:

VIVENDO E APRENDENDO
VENHA E FAÇA
PATRIOTAS
MINHA OPINIÃO
IMUNDO SUBMUNDO
EVOLUÇÃO DESTRUTIVA
DISSIMULADOR DE ALIENAÇÃO
CAPITAL FDP

DOWNLOAD

Ae galera das antiga: quem ainda tiver a demo do Choice lembra pra gente o nome dela e a ordem das músicas!!! Valeu ao DD do Against pelo resgate!!!

Clipe de "Horário Nobre"


http://www.youtube.com/watch?v=ZUKr5BFin_8

sexta-feira, 18 de junho de 2010



R.I.P José Saramago & Garry Shider


José Saramago

Em 1972 e 1973 fez parte da redação do Jornal “Diário de Lisboa”, onde foi comentarista político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural da publicação. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976, ele vivia exclusivamente do seu trabalho literário.

A popularidade internacional veio em 1982, com “Memorial do Convento”, prestígio que consolidou com obras como “A Balsa de Pedra” (1986), “A segunda vida de Francisco de Assis” (1987), “História do cerco de Lisboa” (1989) e o “Evangelho segundo Jesus Cristo” (1991).

Em 1993, pelo que dizia ser perseguição religiosa dado o tom polémico de suas obras, que se chocaram com representantes da Igreja Católica e a proibição da publicação de seus romances em Portugal, Saramago fixou residência em Lanzarote (Ilhas Canárias, Espanha).

Ganhador do Prémio Camões em 1995, Saramago iniciou no mesmo ano a publicação da trilogia formada por "Ensaio sobre a cegueira”, “Todos os nomes” e “Ensaio sobre a lucidez”. Em 2008, iniciou um blog, “El cuaderno” (o caderno) e no ano passado apresentou seu último romance, “Caim”.

O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira 18/06/2010.

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma."

José Saramago


Garry Shider
, lendário integrante dos coletivos Parliament e Funkadelic, morreu nesta quarta, 16, por conta de complicações decorrentes de câncer no cérebro e no pulmão.


No dia 25 de março deste ano, Shider foi encaminhado a um hospital em Maryland, onde ele morava, após sofrer o que, a princípio, parecia ser um derrame. Ele logo foi diagnosticado com câncer. Um grupo formado pela família, amigos e fãs criou o Garry Shider Medical Fund, visando arrecadar a verba necessária para cobrir as despesas do tratamento médico do guitarrista, por meio de shows beneficentes. Um dos eventos estava agendado para o dia 10 de julho, em Bloomfield, Nova Jersey, e contaria com o Living Colour e o tecladista Bernie Worrell, companheiro de Shider no Parliament e no Funkadelic.
"Nos últimos quatro meses, Garry lutou todos os dias contra a doença, para que pudesse fazer o que mais amava, que era retornar aos palcos", escreveu um dos membros do Garry Shider Medical Fund, no site da equipe. No comunicado, ainda consta um agradecimento às pessoas envolvidas na Sweet Relief, uma instituição de caridade que auxilia financeiramente músicos com problemas de saúde.

Conhecido pelos fãs como Star Child e Diaper Man - este último por ter o costume de se apresentar nos shows usando uma fralda -, o ex-membro da banda de funk United Soul integrou o Funkadelic no clássico álbum Maggot Brain, de 1971, e o Parliament em Up for the Down Stroke, de 1974. O guitarrista é detentor dos créditos da maioria das composições de ambas as bandas lideradas por George Clinton. "Obrigado, Garry, por tudo que você fez. Para sempre botando para foder", escreveu Clinton, em seu site oficial.

Sob o comando de George Clinton, o Parliament e o Funkadelic eram duas bandas - de mesmos membros - que mesclavam funk e rock, fazendo muito sucesso nos anos 70 e originando o termo P-Funk (relacionado à maneira particular como tocavam). Até a doença ter sido diagnosticada, Shider era um dos integrantes da formação original que ainda tocava no grupo.